Polícia Civil lança ofensiva contra quadrilha que se especializou no “golpe do namoro”

Foi em maio do ano passado, em meio ao período em que as enchentes atingiram o Rio Grande do Sul, que a Polícia Civil de Canoas foi procurada por um homem que contou ser ameaçado e extorquido por um namorado que conheceu por meio das redes sociais.

Foram cinco presos, nesta quinta-feira (30), suspeitos de integrar quadrilha que enganava vítimas Brasil afora



Foram cinco presos, nesta quinta-feira (30), suspeitos de integrar quadrilha que enganava vítimas Brasil afora

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

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A investigação em torno do crime levou agentes da 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas até Pernambuco, de onde partiam as ameaças criadas por um grupo especializado no “golpe do namoro”, conhecido pela manipulação emocional das vítimas para obter dinheiro.

Na manhã desta quinta-feira (30), agentes da Polícia Civil gaúcha e pernambucana lançaram a Operação Dirty Deby e cumprem seis mandados de prisão e quatro de busca e apreensão mirando desarticular a quadrilha responsável por centenas de golpes em todo o Brasil. Foram cinco presos suspeitos de integrar o esquema que causava terror nas vítimas.

Segundo a delegada Luciane Bertoletti, responsável pela 3ª Delegacia de Canoas, o que começavam como um relacionamento simples, rapidamente avançava para um envolvimento emocional sério. Tudo pensado para posteriormente se transformar em chantagem devido à suposta traição.

“Não se trata de golpe dos nudes”, explica. “Trata-se de um relacionamento com envolvimento emocional entre as partes, que estão inclusive criando planos. De repente, surge uma traição no caminho e começam as ameaças seguidas de extorsão”.

A apuração revelou que nas mensagens, os criminosos que se faziam passar por mulher demonstravam conhecimento sobre a vida da vítima, seus hábitos, endereço residencial e comercial. Foram encaminhados, inclusive, vídeos e fotografias com conteúdo aterrorizador de modo a garantir pagamentos.

A consequente investigação em torno do caso revelou existir um “gestor” por trás do esquema cuja conta bancária recebia os valores depositados. Tratava-se de um detento do sistema penitenciário pernambucano que chegou a receber R$ 100 mil em Pix durante o período de apenas um mês.

“Eles movimentavam muito dinheiro enganando pessoas”, lamenta. “Acho que é importante que as pessoas evitem compartilhar informações pessoais com estranho e, em nenhuma hipótese, enviar dinheiro para desconhecidos. E, em caso de golpe, que procure a Polícia Civil o mais breve possível”.

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