Nova espécie de mosassauro era falsa: brasileiro ajudou a descobrir

Uma nova espécie de mosassauro, predador aquático que viveu durante a era dos dinossauros, é falsa, de acordo com um novo estudo. Tem até uma presença brasileira nessa revisão. Veja abaixo.

Em 2021, cientistas da Universidade de Bath, na Inglaterra, analisaram o fóssil da ex-nova espécie, coletados por mineradores no Marrocos, em uma rocha de mais de 66 milhões de anos.

À época, o paleontólogo Nick Longrich e sua equipe classificaram o fóssil como uma nova espécie de mosassauro, chamada Xenodens calminechari.

Contudo, o local onde encontraram o fóssil é um dos motivos pela nova espécie ser falsa, surpreendendo a paleontologia mundial (mais ou menos).

Isso porque o Marrocos é um dos lugares mais ricos em fósseis de mosassauros, que são encontrados pelos trabalhadores das minas de fosfato o tempo inteiro.

No entanto, muitas pessoas no país do Norte da África ganham a vida vendendo fósseis, incluindo versões modificadas (ou falsas) de fósseis de mosassauro, com adição de dentes e ossos.

Espécie falsa de mosassauro evidencia problema da paleontologia

Em um novo estudo, publicado em dezembro de 2024, paleontólogos canadenses decidiram reavaliar as evidências do estudo anterior, que classificou a espécie falsa de mosassauro.

Segundo o principal autor do estudo, Henry S. Sharpe, paleontólogo da Universidade de Alberta, no Canadá, os dentes eram a maior indicação de que a nova espécie de mosassauro era falsa.

De acordo com Sharpe, mesmo em fósseis de “péssimas qualidades de preservação, é possível contar o número correto de dentes ao contar as cavidades”.

A nova espécie falsa de mosassauro tem quatro dentes em apenas dois alvéolos dentários, as cavidades onde ficam os dentes. O normal dos mosassauros é um dente por cavidade. Além disso, os cientistas notaram que os dentes parecem estar colados na mandíbula similarmente a um implante dentário.

Assim, os cientistas canadenses confirmaram que a nova espécie de mosassauro era falsa. Além de descobrir que a nova espécie era falsa, os cientistas levantam uma questão importante: os impactos da fraude de fósseis na paleontologia.

Participação brasileira

Aliás, a revisão acadêmica do estudo foi realizada pelo paleontólogo brasileiro Leonardo Kerbar, da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Kerbar é especialista em paleontologia de vertebrados e se dedica ao estudo de mamíferos extintos, com amplo conhecimento de registro fóssil.

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