Temperaturas elevadas e chuvas irregulares já comprometem safra de grãos no RS

Marcado por chuvas irregulares e temperaturas muito elevadas, além de bastante vento, o verão começa a dar sinais de prejuízos para as lavouras. A cultura da soja tem sido a mais afetada até o momento.

Planta de soja não se desenvolve devido aos efeitos da estiagem | abc+



Planta de soja não se desenvolve devido aos efeitos da estiagem

Foto: Júlia Soares/Ascom SDR

A oleaginosa está em fase de crescimento e enchimento de grãos e o déficit hídrico pode prejudicar o desenvolvimento. Sem a quantidade de chuva adequada, os danos às plantações podem ser irreversíveis.

Diante do quadro de estiagem, uma vistoria em propriedades foi realizada no interior de Santa Rosa, maior produtora de soja do Estado, no último dia 16. A Região Noroeste foi a escolhida para o encontro, pois é uma das mais afetadas pelos efeitos da estiagem no setor agropecuário.

Na comitiva estava o secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, além de técnicos da Emater e de membros do Fórum Permanente de Combate à Estiagem do Rio Grande do Sul. “Estamos preparando um robusto programa de correção do solo. As visitas têm o objetivo de analisar as lavouras e ouvir os técnicos para desenvolver um planejamento técnico capaz de minimizar os impactos das intempéries”, explicou Covatti. 

O presidente da Emater/RS-Ascar, Luciano Schwerz, que também fez parte da comitiva, alertou sobre os cultivares mais vulneráveis neste momento. “Os plantios realizados no final de outubro e início de novembro, que já estão na fase de reprodução, são os que mais nos preocupam, devido à alta taxa de evapotranspiração, que pode chegar a 7 ou 8 milímetros por dia. Já os plantios feitos entre meados de novembro e dezembro, ainda em fase vegetativa, têm maior capacidade de recuperação com o retorno das chuvas, podendo alcançar produtividade próxima à média”, avaliou.

Secretário Covatti visitou propriedades e uma empresa de pesquisa de acompanhamento de cultivares  | abc+



Secretário Covatti visitou propriedades e uma empresa de pesquisa de acompanhamento de cultivares

Foto: Júlia Soares/Ascom SDR

De acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico, divulgado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Emater/RS-Ascar e Irga, a irregularidade das chuvas até agora já produz sintomas de déficit hídrico.

“Essas condições climáticas têm trazido preocupação para os produtores e podem causar perdas irreversíveis nas culturas de verão, principalmente soja. São realizadas aplicações preventivas de fungicidas contra ferrugem-asiática e de inseticidas para tripes e ácaro principalmente”, diz o documento, referente à primeira semana de janeiro. Algumas regiões, inclusive, suspenderam o plantio de soja por conta da estiagem. 

Apesar da passagem da frente fria que trouxe chuva no Estado na última semana e da instabilidade que pode permanecer nos próximos dias, o prognóstico para fevereiro é de continuidade das chuvas irregulares e permanência do tempo seco e altas temperaturas. 

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