Jovens músicos leopoldenses participam de festival internacional em Pelotas

Com três leopoldenses entre os participantes, começa nesta segunda-feira (20) e segue até o dia 31 de janeiro a 13ª edição do Festival Internacional Sesc de Música. Realizado em Pelotas e reconhecido como um dos principais eventos de música de concerto da América Latina, o evento reúne dezenas de apresentações artísticas em diversos espaços pelotenses, como teatros, praças, igrejas, o Mercado Público e a Praia do Laranjal, com acesso gratuito ao público.

Além disso, o projeto, que é uma realização do Sistema Fecomércio-RS/Sesc, promove cursos de especialização musical conduzidos por um quadro de 50 professores – músicos renomados de diferentes partes do mundo – que compartilham seus conhecimentos com um grupo de mais de 350 jovens alunos. São bolsistas selecionados, vindos de 19 estados do Brasil e do Distrito Federal, além de países vizinhos como Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Porto Rico e Uruguai.

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“Mais do que um aprendizado, o Festival Internacional Sesc de Música é uma experiência. É um evento consolidado, que agrega na cultura, na educação, na economia, na arte e que recebe alunos, professores, equipe e público para fazer história mais uma vez”, exalta o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc, Luiz Carlos Bohn.

Professores vindos de 12 países

Há classes de especialização musical em violino, viola, violoncelo, contrabaixo, harpa, flauta, oboé, clarinete, fagote, trompa, trompete, trombone tenor e baixo, tuba, saxofone, eufônio, percussão, canto lírico, piano, composição e choro. Elas serão conduzidas por professores convidados de diversas nacionalidades, como Itália, Rússia, Bulgária, Argentina, Alemanha, Romênia e diferentes partes do Brasil. Ao todo, são 12 países representados.

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Alunos de vários estados

Entre os alunos selecionados – muitos com bolsas integrais e auxílio em transporte, hospedagem e alimentação – estão representantes dos estados de Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Entre os gaúchos, estarão jovens das cidades de Alvorada, Bento Gonçalves, Cachoeirinha, Capão do Leão, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha, Guaíba, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Maria, São Leopoldo e Viamão.

Três leopoldenses estão entre os músicos participantes: o violinista Emanuel Müller, de 25 anos; a violoncelista Calíope Corrêa, de 19; e a percussionista Ana Rafaella Trentin, de 20. Ambos embarcaram para Pelotas neste domingo (19).

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“Me sinto em casa”

Emanuel



Emanuel

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

“Me sinto em casa. Não somente por já ter ido outras vezes, mas é um festival muito querido, porque eu adquiri muitos aprendizados de música e das aulas com os professores. Além de ser uma oportunidade de fazer música com os colegas e participar de uma orquestra com diferentes músicos”, comentou Emanuel, que participa do evento pela sexta vez.

Morador do bairro Rio Branco, ele conta que começou a tocar violino ainda criança e sempre quis se tornar um profissional da área. Hoje, Emanuel é bacharel em Música pela Ufrgs, professor de violino em uma escola de São Leopoldo, estagiário no Instituto Ivoti e faz parte da Escola de Música da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa).

Ele ressalta a importância do festival para todos os participantes. “Enquanto músico, estudante, profissional e pessoa. Toda vez eu saio do festival, sinto que algo muda, porque é outro mundo”.

“Imersão total”

Calíope



Calíope

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Para Calíope, que já participou do evento em outras duas oportunidades, a experiência é muito positiva. “Eu gosto porque é uma imersão total. A gente passa duas semanas 100% dentro da música. Aprendemos muito com os professores, que vem de fora e trazem uma perspectiva nova, que às vezes não vemos aqui. Além dos ensaios com a orquestra, que são muito produtivos, porque a gente aprende muito com os colegas também. São pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo”, lembrou a jovem, que começou no violoncelo aos 5 anos, hoje é acadêmica de Música da Ufrgs e atua também profissionalmente.

“Acho que o festival traz essa perspectiva: da gente poder aprender com os professores, com as aulas e com os colegas. Porque, por mais que a gente esteja em contato com pessoas que tocam em outros lugares, trocar essa experiência é muito bom. É como se fizéssemos um intercâmbio, mas com vários países juntos. Fora que podemos apreciar recitais e prestigiar os colegas”, acrescentou.

“Experiência incrível, enriquecedora”

Ana Rafaella



Ana Rafaella

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Em sua terceira participação consecutiva, Ana Rafaella elogia o fato de Pelotas proporcionar dias de apresentações gratuitas para a população e o aprendizado oferecido pelo festival. “É uma experiência incrível, enriquecedora, de total imersão na música. Tanto por poder tocar, porque nos dá a oportunidade de aprender e tocar com grandes músicos, como por assistir, pois vou prestigiar músicos que não sei se teria oportunidade de ver tão facilmente”, ponderou a jovem, que desde criança, quando começou a tocar, quis focar nos instrumentos de percussão, como pandeiro e tamborim.

Ana também ressaltou a integração com outros músicos que o evento possibilita. “Participo da orquestra de choro e temos muito essa troca: eu tenho 20 anos e posso tocar com pessoas que às vezes tocam há 20 anos. Fora a troca cultural, de conhecer pessoas de outros lugares, que trazem bagagens diferentes”.

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Como prestigiar

Além dos cursos, o evento conta com uma agenda de apresentações artísticas que ocorrem em diferentes espaços de Pelotas. São concertos e intervenções de alunos e também de músicos e orquestras convidados a estrelar a programação.

O acesso é gratuito para todos os espetáculos, mas, para as apresentações marcadas para o Theatro Guarany, é necessária a reserva antecipada de lugares, o que pode ser feito pelo site do festival.

Programação

Entre os destaques da programação deste ano, já disponível na íntegra no site do evento, está “Sul em Concerto”, um tributo à resiliência e ao espírito de união do povo gaúcho após as enchentes de maio passado. A orquestra conduzida por Evandro Matté, diretor artístico do Festival, realizará a apresentação em um palco montado na areia da Praia do Laranjal, região que sofreu com alagamentos, trazendo um repertório de grandes canções da música gaúcha e de suas influências latinas, como “Céu, Sol, Sul, Terra e Cor”, “Merceditas” e “Castelhana”. O show conta com a participação especial de Loma Pereira, Daniel Torres e Shana Müller, três grandes vozes do Estado.

A programação completa do festival pode ser acessada clicando aqui.

O 13º Festival Internacional Sesc de Música conta com o patrocínio da Empresa Concessionária de Rodovias do Sul (ECOSUL), por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), apoio institucional da Prefeitura de Pelotas, apoio educativo da UFPEL, UCPEL e Unisinos, e apoio cultural de Ospa, Expresso Embaixador, Nave, Rodoil e Bibliotheca Pelotense.

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