Morre David Lynch, o diretor visionário de “Twin Peaks” e fã de música pop

O aclamado diretor David Lynch (“Twin Peaks”, “Mulholland Drive”), famoso por sua visão surrealista que transformou o cinema hollywoodiano, morreu nesta quinta-feira (16).

Em uma entrevista à revista britânica Sight and Sound, de agosto de 2024, David Lynch revelou sofrer de enfisema pulmonar por causa dos muitos anos de tabagismo. A doença obrigou o diretor a ficar a maior parte do tempo em casa para evitar riscos de saúde.

Na mesma entrevista, afirmou que essa condição descartava qualquer possibilidade de voltar a dirigir algum projeto. O diagnóstico ocorreu em 2020, quando revelou que começou a fumar aos oito anos de idade.

Em novembro de 2024, em entrevista à revista People, Lynch anunciou ter largado o vício em 2022. Apenas dois meses depois desse papo, a família de David Lynch revelou que o diretor morreu nesta quinta-feira (16), em uma publicação no Facebook do próprio diretor.

O texto, acompanhando de uma foto do cineasta com uma guitarra, divulga a morte do diretor e ressalta que a família quer um pouco de privacidade no momento.

Leia a íntegra: 

“É com enorme pesar que nós familiares anunciamos a passagem do homem e do artista David Lynch. Gostaríamos de ter um pouco de privacidade neste momento. Há um grande vazio no mundo agora que ele não está mais conosco. Mas, como ele provavelmente diria, ‘olhe para o copo meio cheio, não meio vazio’. É um dia lindo, com o Sol brilhando e o céu azul por toda parte”, diz o comunicado.

A última frase é uma referência ao “David Lynch’s Weather Report”, programa semanal de previsão do tempo com atualizações sobre o clima no Sul da Califórnia. Porém, o programa chegou ao fim em 2022.

David Lynch, embora considerado um dos diretores mais revolucionários da história do cinema, ganhou apenas um Oscar Honorário, demonstrando o status quo da Academia e como o diretor conseguiu subverter a maneira de contar histórias.

Lynch se casou quatro vezes e teve quatro filhos.

David Lynch e a música

Além de cineasta, David Lynch também se aventurou pela literatura, pintura e, sobretudo, pela música, que o próprio considerava muito importante em sua vida.

Em 2009, David Lynch organizou um show beneficente que contou com a participação de artistas consagrados. Eddie Vedder (Pearl Jam), Donovan, Sheryl Crow e os eternos Beatles Paul McCartney e Ringo Starr participaram do evento.

Aliás, em março deste ano, o portal Far Out Magazine criou uma playlist com todas as músicas que tocaram nas trilhas da filmografia do diretor – incluindo canções feitas pelo próprio.

Quem não conhece a história, vai achar que o diretor era um fanático pela banda Toto. Mas a verdade é que os autores do hit “Africa” assinaram a trilha da primeira adaptação de “Duna”, de 1984.

Sim, o atual fenômeno da ficção científica teve sua primeira versão para as telonas sob a direção de David Lynch.  Mas não vem ao caso falar sobre o assunto.

Em vez disso, confira a playlist:

O fenômeno “Twin Peaks”

O maior legado de Lynch talvez tenha sido a série “Twin Peaks”, onde o assassinato de Laura Palmer virou assunto quase mundial em 1990. A série revolucionou ao misturar elementos de drama, suspense e sobrenatural. A trama gira em torno da investigação do assassinato da jovem Laura em uma pequena cidade americana, que aparentava ser pacata.

Só que à medida que a investigação do caso avança, a vida em de Twin Peaks se revela cada vez mais complexa e repleta de mistérios, escancarando uma realidade obscura e perturbadora. A série explora temas como a dualidade humana, a sexualidade, a espiritualidade e a corrupção, tudo envolvido numa clima atmosférico, marca registrada da carreira do diretor.

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