BOLO ENVENENADO: Sogra faria a mesma receita para encontro com idosas em Arroio do Sal

Zeli Teresinha dos Anjos, 61 anos, é apontada como o principal alvo da nora, Deise Moura dos Anjos, 42, suspeita de envenenar um saco de farinha com arsênio no fim do ano passado. O crime causou a morte de três pessoas da mesma família após a ingestão de um Bolo de Reis, feito e levado por Zeli durante uma confraternização familiar em Torres. Detalhes revelados nesta sexta (10) indicam que ela também foi a responsável pela morte do sogro em setembro do ano passado.

CLIQUE AQUI PARA RECEBER NOSSA NEWSLETTER

Bolo de Reis feito por Zeli na confraternização familiar



Bolo de Reis feito por Zeli na confraternização familiar

Foto: Polícia Civil/Reprodução

Em coletiva de imprensa, a delegada Sabrina Deffente afirmou que outras pessoas poderiam ter sido vítimas de Deise. Isso porque, dias antes do evento com a família, que resultou na morte de duas irmãs e uma sobrinha, Zeli combinou um chá com outras idosas, todas integrantes de uma associação de terceira idade de Arroio do Sal. 

ENTRE NA COMUNIDADE DO JORNAL NH NO WHATSAPP

Conforme a delegada, Zeli teria ficado responsável por fazer o bolo que seria consumido. Contudo, o evento acabou sendo cancelado, já que algumas das convidadas não conseguiriam comparecer no horário combinado. “Para ter noção da inconsequência dos atos dessa senhora [Deise], que poderia ter causado uma tragédia ainda maior com pessoas que não têm sequer relação com ela”, explica a Sabrina.

LEIA TAMBÉM: Polícia fala sobre relação do marido da suspeita em crime que chocou o RS

Zeli estava na mira de Deise há meses

No andamento da investigação constatou-se que Zeli era o principal alvo da suspeita, visto que ela estava no dia 2 de setembro, quando Deise levou bananas e uma caixa de leite envenenada, e também ingeriu o bolo feito com a farinha batizada. No primeiro episódio, a vítima chegou a ficar internada, mas quem veio a óbito foi o sogro, Paulo Luiz dos Anjos.

O laudo pericial do corpo do homem, exumado na quarta (8), revelou uma alta concentração da substância no fígado e no estômago de Paulo, sendo 264 mil miligramas de arsênio. A pessoa com a maior concentração foi Tatiana Denize dos Anjos, 48, sobrinha das vítimas, com 385 mil miligramas, segunda a morrer após o evento familiar do dia 23 de dezembro do ano passado.

SOBRE O CASO: “Encontramos até uma nota fiscal”, diz secretário de Segurança do RS sobre compra de arsênio feita por suspeita pela internet

“Naja”

Outro detalhe que surpreendeu o delegado Marcos Veloso durante o depoimento de Deise foi a forma como se expressava ao falar de Zeli. “Todo momento em que ela chamava a sogra de naja, ela ria, então, em depoimento comigo, ela chamava a sogra de naja e esboçava um sorriso.”

Segundo Deise, o relacionamento entre elas teria melhorado após as enchentes, quando Zeli teve a casa em Canoas inundada pela água. Contudo, o delegado reforça que esse fator pode se configurar como outra qualificadora de homicídio, já “que ela queria se reaproximar para matar a sogra por envenenamento”.

A sogra da suspeita teve alta do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, no fim da manhã desta sexta. Antes da prisão no último domingo (5), Deise chegou a visitar Zeli na casa da saúde, quando levou água, suco e chocolate para a sogra. Nada foi consumido pela vítima. A garrafa passa por perícia. 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.