Pesquisa mostra de que forma o colesterol pode sinalizar sobre demência

O colesterol pode ser um importante indicador de risco para problemas cognitivos. Um estudo apresentado nas Sessões Científicas da American Heart Association (AHA) revelou uma conexão preocupante entre flutuações nos níveis de colesterol e o aumento do risco de demência em adultos mais velhos. Mas como essas variações afetam o funcionamento do cérebro?

A pesquisa fez parte do projeto ASPREE (ASPirin in Reducing Events in the Elderly), conduzido nos Estados Unidos e na Austrália, que acompanhou quase 10 mil pessoas com idade média de 70 anos.

Durante os três primeiros anos, os participantes realizaram exames anuais para medir colesterol total, LDL-C (o colesterol “ruim”), HDL-C (o colesterol “bom”) e triglicerídeos.

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O que o estudo descobriu?

Os resultados mostraram que aqueles com as maiores variações no colesterol total tinham 60% mais chance de desenvolver demência em comparação aos que mantiveram níveis estáveis.

Flutuações no LDL-C foram associadas a um risco 48% maior de demência e 27% de declínio cognitivo.

Oscilações no colesterol, especialmente no LDL, podem desestabilizar placas de gordura nas artérias, prejudicando o fluxo sanguíneo e a oxigenação do cérebro. Esse processo favorece o colapso cognitivo, aumentando a probabilidade de demência.

Além disso, as flutuações podem refletir instabilidade metabólica ou outros problemas sistêmicos que contribuem para danos cerebrais progressivos. Isso reforça a importância de monitorar níveis de colesterol de forma regular.

Como o colesterol pode ser um biomarcador de risco?

O estudo sugere que o monitoramento anual do colesterol total e LDL-C poderia ajudar a identificar pessoas com maior propensão à demência antes que os sintomas clínicos se manifestem.

Embora o estudo ainda aguarde revisão por pares e confirmação por outros pesquisadores, suas descobertas sugerem que manter o colesterol estável pode desempenhar um papel fundamental na prevenção de doenças neurodegenerativas.