Anarquia? Fósseis “Punk e Emo” podem desvendar origem dos moluscos

Há 20 anos, Punk e Emo eram termos que, absolutamente, não cabiam na mesma frase: dois movimentos musicais quase antagônicos. Mas fósseis de duas espécies de moluscos uniram ambas as tribos, criando um “norvana” paleontológico.

Mark Sutton, paleontólogo da Imperial College de Londres, descobriu os moluscos de 430 milhões de anos em um depósito de fósseis no Reino Unido.

De acordo com o pesquisador, Punk e Emo possuem características que são essenciais para entender a árvore evolutiva dos moluscos. Os nomes Punk e Emo surgiram como apelidos após o cientista visualizar os organismos.

Assim como o samba e a feijoada representam o Brasil, o chá das 17h e o movimento Punk – sonoridade, visual e ideologia – representam a Inglaterra.

Por isso, o britânico Sutton notou o visual Punk em um dos pequenos fósseis de moluscos ao observar os espinhos que cobriam o corpo do animal.

Instantaneamente, Mark Sutton chamou o fóssil de Punk, afirmando que o formato dos espinhos no fóssil é um “clássico corte de cabelo Punk [moicano]”.

Em seguida, o cientista encontrou um fóssil similar, mas os espinhos apontavam para baixo, como se formassem uma franja, que recebeu o apelido de “Emo”, em homenagem ao visual das bandas – e dos fãs – do gênero considerado “controverso”.

Representação visual dos moluscos Punk e Emo feita pelos cientistas. Imagem: Imperial College of London/Divulgação

Mas os apelidos se tornaram nomes científicos. Em um estudo publicado na última quarta-feira (8), Sutton e seus colegas classificaram os moluscos, que receberam os nomes Punk ferox e Emo vorticaudum.

Juntos, Punk e Emo podem revelar segredos sobre a origem dos moluscos

Fazendo jus ao nome, os moluscos geram pânico não apenas em SP ou na discoteca. Cientistas enfrentam uma anarquia biológica que ultrapassa o Reino Unido ao tentar entender as origens dos moluscos.

Os moluscos se dividem em duas metades, sendo o clado mais famoso o dos conchíferos, das lesmas, lulas e polvos. 

A outra metade é o clado aculífera. De acordo com o cientista que descobriu os moluscos Punk e Emo, o clado é tão confuso e estranho quanto os punks e os emos.

Além disso, Sutton revelou que os fósseis eram tão frágeis – ou talvez emotivos – que havia o risco de perder o material orgânico.

Por isso, os cientistas usaram raio-X para identificar estruturas nos fósseis e, posteriormente, realizar cortes finos para extrair o material.

Em seguida, fotografaram cada camada e uniram as imagens, criando visualização em 3D de como eram os moluscos.

Ambos eram animais similares a minhocas, com cerca de dois centímetros e com espinhos longos. Essas características de Punk e Emo revelam uma diversidade oculta desses animais primitivos que podem ajudar a desvendar o mistério dos moluscos.

Punk se parece com minhocas e possui longos espinhos com pés largos e guelras, assim como os quítons. Emo também se parece com minhocas e possui longos espinhos, mas seu corpo é mais comprimido e ele tem uma concha.

Veja o modelo 3D:

 

No entanto, no ABC paulista ou em Londres, é um risco de vida afirmar que existe uma mistura entre Punk e Emo – mesmo longe do sentido cultural.

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